Os passos necessários para guardar dinheiro em casa

Ainda nos lembramos dos nossos pais e avós que guardavam as poupanças. Era debaixo do colchão, em vasos, atrás de um quadro ou até naqueles cantinhos que nunca suspeitamos que existiam. Hoje em dia ainda conhecemos pessoas que guarda notas ou moedas nesses esconderijos, longe da vista dos ladrões e dos curiosos.

Cada vez mais pessoas as que hesitam em meter todo o seu dinheiro no banco a pensar: quem sabe o que pode acontecer em tempos de crise! Há estimativa de que 1 em cada 10 portugueses guarda o dinheiro em casa.

Tudo isto parece-nos bem, cada um é livre de tomar as decisões que quer, mas… guardar dinheiro em casa é legal? Se as Finanças soubesse desta prática o que aconteceria? A resposta é sim, é legal guardar dinheiro em casa sempre as poupanças tenham sido ganhas de forma legítima. Se guardamos esse dinheiro temos de saber qual é a proveniência da quantidade e conseguir comprová-la perante qualquer entidade.

Mas… (há sempre um mas)

Embora a resposta seja sim, existem alguns inconvenientes que achamos que deve conhecer. É importante conhecê-los para evitar perigos fiscais com as Finanças.

O dinheiro em casa está totalmente seguro?

Há muitos casos como as falências bancárias e as famosas preferenciais que nos fazem duvidar da boa fé dos bancos. Estas situações fazem-nos pensar que o dinheiro em casa está a mais seguro, mas temos de ver as diferentes perspetivas. 

O que pode chegar a parecer uma ideia genial, pode transformar-se numa falta de sorte. Imagine a situação em que entram ladrões em casa e encontram as nossas poupanças nesse armário com fundo duplo. As suas poupanças evaporaram-se de um momento para o outro. E agora, poderá demonstrar a proveniência dessa quantidade perante as Finanças?

Incêndios, roubos, inundações,…são alguns dos perigos em guardar dinheiro em casa

Só este é um dos perigos que corremos quando decidimos guardar dinheiro em casa. Além deste, também encontram-se os incêndios, as inundações ou o não se lembrar onde meteu o dinheiro (numa situação mais extremista).

Há muitos fatores que podem pregar-nos partidas mas o mais importante é temos de ter clara a sua proveniência para o caso de termos de reclamar na sequência de algum desses desastres.

O dinheiro debaixo do colchão desvaloriza-se

É possível que enquanto temos o dinheiro guardado em casa este comece a perder valor. Tal deve-se ao IPC (Índice de Preços de Consumo) que quando baixa significa que com a mesma quantidade de dinheiro pode comprar menos porque os preços subiram.

Pelo que o dinheiro deve estar em movimento para que não corra o risco de perder valor no futuro.

Posso guardar dinheiro em casa mas a quantidade está limitada?

Legalmente não há nenhum limite para guardar dinheiro em casa. Sempre e quando esse dinheiro tenha sido conquistado de forma lícita nenhuma entidade pode impedi-lo de guardá-lo fora do banco. Cada pessoa é livre de tomar a decisão de guardar o dinheiro numa entidade bancária ou não.

Se esse dinheiro é usado para ser gasto ocasionalmente em compras pequenas, não tem com quê preocupar-se. Mas se esse gasto é reiterado e as quantidades das compras são elevadas, cuidado com as Finanças! Esta organização pode fazer-lhe uma visita e pedir-lhe explicações em relação a estes gastos.

Mas não é só quando se gasta que esta entidade aparece. O mesmo se passa com os movimentos nas contas bancárias. Na lei consta que qualquer montante acima dos 3.000 euros, quer o que se extrai quer o que se deposita, é registado no Banco de Portugal e a partir deste informa a Agência Tributária.

As Finanças ou a entidade bancária pode suspeitar dos seus movimentos de dinheiro e pedir uma tributação dessa quantidade de até 52%.

Mas não é só isso, também acontece com as extrações e os depósitos da mesma quantidade. Se chegamos um dia ao banco para levantar 10.000 euros e ao fim de algum tempo aparece de novo na entidade bancária com essa quantidade de dinheiro, podem suspeitar de si. Pode ser que esse dinheiro seja o mesmo que levantou no outro dia, mas pode ser que não. 

É por isso que a Administração pode apresentar dúvidas e obrigar-lhe a tributar (até cerca de 52% de tributação) esta quantidade de dinheiro no Imposto sobre o Renda, como um lucro patrimonial sem justificar.

Na Housefy aconselhamos que quando levantar uma quantidade elevada de dinheiro do banco recorra a um notário para fazer constar esse levantamento e poupá-lo dos problemas. 

Assim se for abordado pelas Finanças ou pela entidade bancária com as suas dúvidas quando fizer algum movimento poderá provar o procedimento desse dinheiro.

Depois de ler isto pode continuar a pensar em colocar as suas poupanças no seu colchão ou deixá-los depositadas num banco. Não vamos dizer-lhe que é o correto, no entanto, pedimos-lhe que tenha em conta todos os prós e contras de guardar dinheiro em casa e com base nisso escolha a opção que considere adequada.

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